sábado, 30 de janeiro de 2010

I Ensaio Aberto

... Considerações de Thiago Sampaio sobre RÓTULO

Vou escrever logo antes que as sensações e impressões se tornem vagas em mim. Não tenho muito o que dizer. Gostei de ver o que vi. Adorei o exercício da Charlene. A relação dela com o celular, o texto, o lance com a fita adesiva, o favor de enxugar o suor dela... Enquanto ela estava realizando o kundalini (ou é kundaline?), enfim enquanto ela estava nesse momento, muitas imagens me passaram pela cabeça (ela fazendo sexo - quando ela enrolava a coluna; ela esperando o telefone tocar, como que esperando uma ligação - do namorado talvez; ela contando os quilos perdidos...). Viajei legal. Acho que depois que ela começa a circular pelo espaço já com a fita enrolada no corpo e transitando pelo planos alto, médio e baixo, meio que experimentando poses "sensuais" (se é que isso procede), isso poderia ser mais explorado, investir no exagero mesmo e depois cortar o que for excesso. Bom, isso se fizer sentido pra vocês o que eu digo. Gostei de verdade do experimento dela.

Minhas considerações sobre o I ENSAIO ABERTO!

Obs: Existem  falas de terceiras pessoas e que estão parafraseadas.

Para mim não poderia ser melhor o primeiro ensaio aberto. Por mais que a gente experimente, pense milhares de coisas; ou execute mil ações sozinha, nada se compara quando isso vem acompanhado de terceiras pessoas a lhe observar, pessoas até então alheias ao processo, mas intímas das artes. O ensaio aberto nos proporciona exatamente isso: um contato durante o processo e que vejo o quão importante é para quem busca uma melhor relação performer-público. Lembrando que nessa perspectiva de trabalho cênico, o que é mais importa é essa interação, esse encontro, esse sair ao encontro. Me provocar diante dos outros e ser provocada. Fiquei feliz por ver que,  o que me instiga pode também instiga as demais pessoas. De que mesmo sendo o meu primeiro trabalho solo,  e terceiro cênicamente falando, as pessoas percebem um certo domínio,  uma intenção clara. A fala da Profª Isabele, pode ela não saber, mas, foi fortalecedora: - parafraseando-a - "Seu trabalho está ótimo, e tenho certeza que quando eu vier novamente para próximo ensaio estará melhor ainda". Realmente não tenho palavras para agradecer, mas, tenho certeza de que devo me empenhar ainda mais. Estou só no começo. A dedicação ela é necessária e prazerosa. Houve muitas impressões sobre o trabalho, por isso o ensaio foi muito produtivo. Em duas palavras a impressão da Beny foi "Pesado" "Aflingi". A Glaucia diferentemente de Mana, ver um humor, mas, não investiria numa saída cômica, pois seria algo muito fácil. Mana não se agrada da temática, e acha que o nome já entrega a mesma. Algumas palavras ditas pela Isabele: "Grotesco, mas, é belo por isso". "No começo me senti muito incomodada, mas, com o segundo momento consegui fazer a leitura do primeiro e com isso conseguiu ganhar sentido, e a sensação de incomodo já não mais existia, desapareceu". A maioria dos convidados fizeram suas considerações, e  é a todos que eu deixo aqui expresso o meu muito obrigada! Com toda a certeza esse momento é algo que vai e já está contribuindo para o aparecimento de RÓTULO, como obra de arte, e para o meu amadurecimento enquanto performer!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010



JORGE EM UMA DE SUAS FALAS SOBRE O TRABALHO FALSA MAGRELA DISSE: "Seu trabalho tem uma estética crua". Sem saber bem o que seria essa estética crua procurei informações na net, mas, não encontrei, então tive a ideia de perguntar a Glaucia Machado e Flávio Rabelo. A Glaucia me respondeu:

Charlene

não sei se é o caminho mais indicado para seu trabalho
mas estética crua me remete ao duplo CRU/COZIDO
que faz pensar na mais antiga das oposições
Natureza X Cultura
ou em termos bem modernos
ESTRUTURAIS
no trabalho do filósofo, antropólogo e etnólogo
Claude Lévy-Strauss

e em sua série (quatro ensaios) intitulada
MITOLÓGICAS: o primeiro é justamente
Le cru et le cuit (O CRU E O COZIDO), de 1964,
que traz 813 mitos diferentes analisados
num arranjo que evoca música:
um clássico necessário -

Articular esses termos com
estética crua:
primeva,
de digestão mais difícil
que não passou pelo fogo,
FOGO, que depura,
pensar no mito do fogo,
na figura de PROMETEU -
em seu castigo, de ter o fígado devorado-
VISCERAL, castigo proporcional a seu roubo
do fogo para beneficiar ao homem.

Também me ocorre agora outro livro
Mary Douglas: Pureza e perigo,
que traz interessantes observações
sobre o que é elaborado, ordenado,
em confronto com o "cru", fora da ordem, sem controle.

Que esses argumentos sirvam,
para alguma coisa.

Abraço,
Gláucia.
 

sábado, 23 de janeiro de 2010

FORMAS...



Foto de Renata Marques

Falsa Magrela está dando muitos sinais de vida. Ganhando Formas. A Atriz-Performer Charlene Sadd, ainda está estudando/experimentando/criando o primeiro fragmento de seu solo, mas, somente nesse fragmento existe muitas informações e muita poesia a ser revelada.

Foto de Renata Marques


IDENTIDADE ARTÍSTICA


Foto de Renata Marques


Foto de Renata Marques


Foto de Renata Marques

Fico feliz em saber que posso me articular através do ato cênico. Por saber que depois de tantas dúvidas posso me afirmar diante de mim mesma e do mundo através da arte. Falsa Magrela existe no papel desde 2008; Contudo nunca dei espaço para a criação desta obra. Mas agora que comecei e sei o quanto é prazeroso criar, nossa, eu não quero parar mais, não mesmo! Saber que as minhas ideias tem valor e peso é muito gratificante. Agora com toda a certeza o que colaborou para esse processo acontecer foi sem sombra de dúvidas ter entrando na Cia. LTDA, onde participei do espetáculo Recursos Humanos, ou melhor, fui co-criadora, pois era um espetáculo improvisado, e depois disso, escrever meu tcc, me fez pensar melhor no que estava produzindo; Pensar melhor em que tipo de trabalho no Teatro eu gostaria de desenvolver. O título do TCC foi: "Tudo é uma questão de vida": O trabalho do ator sobre si mesmo. Depois desses dois acontecimentos estou construindo uma identidade artística, e cá estou com FALSA MAGRELA.
A INFLUÊNCIA DA PUBLICIDADE NA ALIMENTAÇÃO!


Muitas vezes influenciados pela televisão, pela rádio e pelas revistas vamos comprar os alimentos que na realidade não valem nada. Por exemplo Santal Rad – como dizem o refrigerante com tomates, que de tomates não tem nada. 9% de tomate ,água ,3,5% de sumo de laranja, 1,5% de sumo de limão, frutose, açúcar, edulcorantes, aspartame , acesulfame k, corantes, aromas e regulador de acidez é a sua constituição. Para um sumo de tomate que à partida só tem aditivos o anúncio engana, e muito. Para ajudar nas vendas a equipa de concepção escolhe pessoas famosas para melhor atrair o publico. Muitas vezes usam o efeito sonoro para aumentar(em) as vendas.


Retirado de:http://www.minerva.uevora.pt/stclara/pp03-04/alunos/6f/alimentacao/introd.htm

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010




foto de Misha Gordin


" O corpo nunca é dado ao homem como mera anatomia: o corpo é a expressão dos valores sexuais, amorosos, estéticos (...) Com o corpo
nos engajamos diante do real de inúmeras maneiras possíveis: por meio
do trabalho, da arte, do amor, do sexo, da ação em geral". (ARANHA, 1993)

Trechos do meu TCC


"Tudo é uma Questão de vida": O trabalho do ator sobre si mesmo.
... O trabalho do ator sobre si mesmo, na perspectiva não tecnicista é um trabalho muito particular, mas, ainda assim um trabalho no qual existem leis que são norteadoras e basilares. Pensar no meu trabalho, o que para mim foi imprescindível a um processo de crescimento orgânico, é pensar no: corpo como fonte intrínseca da
criação; no controle do espírito pelas formas; no entendimento de que ação teatral é um ato de doação e que só acontece viabilizada pelo amor; na certeza de que somente pelo movimento podemos ganhar consciência  e que a ideia de consciência é imprescindível para o ganho de novos espaços cênicos. Com esses parâmetros podemos acessar nosso organismo, e torná-lo vivificado, independentemente de habilidades artísticas (...) Para cada organismo um caminho, o seu caminho. Para cada trava, um conhecimento que faça destravar, havendo libreração e não a adequação do Ser a um tipo de habilidade. Na máxima dessa linha de pensamento teríamos assim uma técnica de si, e não uma técnica para si. É muito mais um processo de criação e articulação de si mesmo. Criação por se tratar de um trabalho cênico. Nos revelamos para criarmos e entramos em contato com o outro por meio da criação: A obra de arte. Uma técnica de si seria, como no fala Foucault, um meio pelo qual os homens elaboram um conhecimento sobre eles mesmos (...) Para realizarmos esse tipo trabalho é preciso que busquemos esse conhecimento sobre o indivíduo. Diferenciando assim de muitas práticas cênicas e outras formas de conhecimento que não enxergam a riqueza do individual.


" A indiferença ao individual, ao contingente, ao perecível, foi traço da metafísica, da ciência e da técnica ocidentais; É o traço da burocracia. Ora, o que existe de mais emocionante, de mais precioso, é o mais frágil, ou seja, o mais perecível, o mais contingente, o mais individual".
                                                    Hadj Garùm O´Rin.

domingo, 17 de janeiro de 2010

VOCÊS SABIAM?
O Egito
sempre teve a mesma idéia
de imagem do corpo. De como ele deveria ser representado.

Podemos
ver isso registrato em todas
as paredes da antiga civilização. Em todas as construções.
O corpo, a imagem, nunca foi alterada
sempre o mesmo padrão, isso corresponde a
3.000 mil anos sem modificações. Isso por conta
do que representava a imagem, o corpo. Ambos eram porta-voz
da ordem. Tudo que os Fáraos buscavam era A ORDEM. Uma civilização
construída, materializada, corporificada em busca de um ideal, e que sem dúvida foi alcançado. Segundo o documentário da BBC: Como a arte fez o mundo... Os únicos que não seguiram a representação do exagero, de corpos exagerados, foram os esgípcios. Sendo diferentes dos povos primitivos e de toda e qualquer outra civilização.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cirurgia de lipoaspiração?
    - Crônica de Herbert Vianna -



Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?

Uma coisa é saúde outra é obsessão.

O mundo pirou, enlouqueceu.

Hoje, Deus é a auto-imagem.

Religião é dieta.

Fé, só na estética.

Ritual é malhação.



Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem.

Gordura é pecado mortal.

Ruga é contravenção.

Roubar pode, envelhecer não.

Estria é caso de polícia.

Celulite é falta de educação.

Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.

A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?



A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.

Imagem, estética, medidas, beleza.

Nada mais importa.

Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa.

Não importa o outro, o coletivo.

Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política.

Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.



Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas...

Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados aos vinte anos não é natural.

Não é, não pode ser.

Que as pessoas discutam o assunto.

Que alguém acorde.

Que o mundo mude.

Que eu me acalme.

Que o amor sobreviva.

" Cuide bem do seu amor, seja ele quem for "
MONALISA XXI
Olha só a imagem que encontrei no blog SÓ  PENSANDO
de Adriano Cabral  - Recife -. a postagem dele é melhor ainda.
Acessem esse link que tem o título de A  PRAGA  DA  BELEZA


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ISSO ACONTECEU MESMO!

Prefeitura de Americana inicia demolição de estátuas "obesas"


Rose Mary de Souza


Direto Americana





"Operação: Davi Derrubando Gigantes" é o título impresso na faixa que informa a ação de demolição das duas estátuas seminuas erguidas em concreto, com altura de 8 m e 60 t, na principal entrada do municipio de Americana, região de Campinas, no interior de São Paulo. A decisão foi tomada depois do descontentamento dos moradores da cidade com a obra. A Prefeitura alega que havia infiltrações e parte da obra poderia desabar.
A obra, inaugurada ainda incompleta no final de 2008, custou R$ 760 mil. As estátuas de um homem e uma mulher compõe o Portal Princesa Tecelã e foram idealizadas pelo artista plástico Luiz Gagliastri. O pórtico seria um novo cartão postal da cidade. Porém, em vez de elogios, o conjunto da obra foi hostilizado e recebeu dezenas de apelidos, como como "os gigantes gordos", "os peladões", "os gordões".As figuras viraram motivo de piada em rodas de conversa, provocaram discussões acaloradas na Câmara Municipal, nos pontos de táxi, praças públicas e assunto dentro e fora da cidade, em programas de rádio e TV. Com a polêmica ainda acesa, a Prefeitura realizou uma enquete e comprovou o descontentamento da população. Das 3,4 mil pessoas que votaram pela Internet e em postos centralizados, 99,8% se mostraram insatisfeitos com os gigantes.

trechos retidado do site: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4195659-EI8139,00.html#tphotos

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sintomas no Feminino: Anorexia, Bulimia, Angústia, Depressão - Ariel Bogochvol, psicanalista
Ao mesmo tempo em que, nas sociedades ocidentais contemporâneas, instalou-se
uma nova figura social do feminino - a mulher-sujeito, a terceira mulher - que
instituiu uma ruptura sem precedentes na 'história das mulheres', verifica-se - entre
elas, principalmente - o aumento expressivo, 'epidêmico', de sintomas como
a anorexia, bulimia, angústia e depressão. Por que um avanço democrático aplicado
à sua condição social e identitária foi acompanhado por uma intensificação de
seu mal estar?
acesse esse link:
http://www.cpflcultura.com.br/video/integra-sintomas-no-feminino-anorexia-bulimia-angustia-depressao-ariel-bogochvol-psicanalista