segunda-feira, 25 de janeiro de 2010



JORGE EM UMA DE SUAS FALAS SOBRE O TRABALHO FALSA MAGRELA DISSE: "Seu trabalho tem uma estética crua". Sem saber bem o que seria essa estética crua procurei informações na net, mas, não encontrei, então tive a ideia de perguntar a Glaucia Machado e Flávio Rabelo. A Glaucia me respondeu:

Charlene

não sei se é o caminho mais indicado para seu trabalho
mas estética crua me remete ao duplo CRU/COZIDO
que faz pensar na mais antiga das oposições
Natureza X Cultura
ou em termos bem modernos
ESTRUTURAIS
no trabalho do filósofo, antropólogo e etnólogo
Claude Lévy-Strauss

e em sua série (quatro ensaios) intitulada
MITOLÓGICAS: o primeiro é justamente
Le cru et le cuit (O CRU E O COZIDO), de 1964,
que traz 813 mitos diferentes analisados
num arranjo que evoca música:
um clássico necessário -

Articular esses termos com
estética crua:
primeva,
de digestão mais difícil
que não passou pelo fogo,
FOGO, que depura,
pensar no mito do fogo,
na figura de PROMETEU -
em seu castigo, de ter o fígado devorado-
VISCERAL, castigo proporcional a seu roubo
do fogo para beneficiar ao homem.

Também me ocorre agora outro livro
Mary Douglas: Pureza e perigo,
que traz interessantes observações
sobre o que é elaborado, ordenado,
em confronto com o "cru", fora da ordem, sem controle.

Que esses argumentos sirvam,
para alguma coisa.

Abraço,
Gláucia.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário